O Movimento dos Sem Terra, em seu início, ganhou a simpatia de quase todos os brasileiros. Afinal de contas, como não se compadecer de um povo sofrido que lutava pelo direito de trabalhar com a terra e produzir alimentos para suas famílias e para toda uma nação?
Era clara e patente a missão de combater o grande latifúndio improdutivo que empacava enormes extensões de terra nas mãos de alguns milionários especuladores, enquanto uma grande quantidade de famílias morria à míngua trabalhando como “bóias-frias” em condições chamadas de “sub humanas”. Mas que, mesmo adjetivadas assim, ainda eram um elogio para a realidade terrível que eles enfrentavam.
Mas o tempo passou, os assentamentos começaram a surgir aqui e ali de forma ainda tímida. E o elogiado e querido Movimento dos Sem Terra. Transformou-se, num piscar de olhos, no Movimento dos Sem Vergonha e dos Espertalhões.
É claro que não é possível generalizar, mas as notícias de que diversos assentamentos foram simplesmente vendidos ou arrendados; ex-integrantes do movimento vivendo no exterior e vendendo as terras pela Internet (por uma pequena bagatela); invasão de terras produtivas e destruição de lavouras da Embrapa e de empresas que pesquisam e produzem melhorias para transformar nossa agricultura no gigante que ela é hoje; saques e seqüestro de trens; destruição de ferrovias e transtornos provocados nas vidas de milhares de pessoas que nada tem a ver com o problema; fizeram do movimento mais um bando de arruaceiros e bandidos que deseja apenas provocar a anarquia para conseguir “um trocado a mais”.
O próprio líder e fundador do movimento, João Pedro Stédile; acabou sendo expulso do seio da organização por falcatruas e denúncias das mais diversas (até envolvimento com o tráfico). Mesmo expulso, ele ainda continua se anunciando como membro da Direção Nacional do Movimento.
Talvez, fomentados pela insegura postura do Governo Lula que incentivou a radicalização do movimento, com uma política paternalista e irresponsável; o que começou com um grupo de camponeses que só queria trabalhar, hoje assumiu perigosos ares de grupo terrorista ou paramilitar.
Armados e com a certeza da impunidade, bandos vagam pelo interior do Brasil seqüestrando, matando e se apossando do que quiserem. A dura realidade mostradas nas imagens, recentemente veiculadas, de jornalistas usados como escudos humanos e da quase insana violência promovida pelo grupo; dão o tom da atual forma de ação dos “Sem Terra”.
Restaurar a legalidade e punir com seriedade e com severidade exemplar é o mínimo que se espera de nossas autoridades. Acabar com a visão paternalista e enquadrar os que fogem da legalidade nas mais duras penas é essencial para que possamos banir a praga do paramilitarismo e do terrorismo de nosso território.
Quaisquer movimentos reivindicatórios, justos ou não, devem sempre ser pautados pela obediência das leis e dos preceitos de civilidade. Sem isso, reverteremos rapidamente para a barbárie e a violência generalizada.
Pense nisso.
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