[Imagem: LeEllen Phelps/National Solar Observatory/AURA/NSF]
Foi dada a largada para a construção do maior telescópio solar do mundo, o ATST (Advanced Technology Solar Telescope). Quando ele estiver pronto, em 2012, os cientistas finalmente terão uma ferramenta capaz de ajudar a compreender os fenômenos de larga escala que ocorrem no Sol, como nascem, vivem e morrem as partículas do vento solar e como a atividade solar impacta a Terra.
Com um sistema óptico de 4 metros de diâmetro, o ATST será o primeiro observatório de grande abertura projetado para observar o Sol, permitindo observações com uma resolução sem precedentes. A grande abertura é necessária para resolver espacialmente as escalas fundamentais dos processos que ocorrem na atmosfera solar. Simulações mostram que algumas estruturas magnéticas que acionam os processos de larga escala na superfície e na corona solar podem ser muito pequenas, com cerca de 35 quilômetros de diâmetro. O novo telescópio solar conseguirá identificar estruturas com essas dimensões.
O sistema de óptica adaptativa do ATST será capaz de minimizar a difusão da luz, aliviar as questões termais associadas com a observação direta do Sol e observar tanto o disco quanto a corona solar. Um dos elementos essenciais para isso é o projeto do domo onde será instalado o telescópio (a estrutura em azul na imagem), com um formato destinado a suavizar o fluxo de ar ao seu redor. Um sistema de controle do ar dirige diretamente o fluxo de ar do topo do domo para o piso, desviando do telescópio a turbulência e a poeira do ar.
A óptica adaptativa baseia-se em espelhos deformáveis operando sob o controle de programas de computador de última geração, capazes de eliminar as distorções nas imagens captadas induzidas pela atmosfera terrestre. Os sistemas de observação propriamente ditos ficarão nos pisos inferiores, dois andares abaixo do telescópio.
O ATST será inaugurado no ano em que as primeiras observações das manchas solares completarão 400 anos - Galileu identificou-as pela primeira vez em 1612. Só em 1908 George Ellery Hale associou as manchas solares com os fortíssimos campos magnéticos do Sol. Com o novo instrumento, os cientistas esperam resolver, dentre as muitas questões que ainda precisam ser respondidas sobre o Sol, algumas das mais importantes:
- Como os campos magnéticos cósmicos são gerados e como eles são destruídos?
- Qual é o papel dos campos magnéticos cósmicos na organização das estruturas de plasma e das liberações de energia observadas em todo o universo?
- Quais são os mecanismos responsáveis pela variabilidade solar que, em última instância, afeta a Terra?
O ATST está sendo construído em Haleakala, no estado norte-americano do Havaí.
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